Depois de um ano realizando encontros no espaço virtual, seguindo os protocolos de saúde, a doutoranda (PPA/UEM) e coordenadora de nosso grupo, Carine Maria Senger, visitou seu campo de pesquisa, o grupo Mulheres do Café, em Matão, no Norte Pioneiro do Paraná – BR no dia 07 de maio de 2021. Com o objetivo de ampliar suas compreensões sobre a subjetividade das produtoras de café especial, Carine realizou a dinâmica Justiça Restaurativa, mediante a entrega de cadernos para Registro de Visitas e Registro de Mensagens, uma necessidade apontada pelas mulheres durante os encontros virtuais.

Os cadernos foram passados de mão em mão entre as mulheres e, ao receber o objeto, cada mulher falou sobre o que aquele objeto significava para ela. Além de participarem dessa dinâmica, as mulheres puderam se expressar por meio de diálogos, escrita, ou desenho, completando a frase: “Para mim ser mulher é…” As reflexões a respeito desse material integram o processo construtivo-interpretativo da pesquisa que busca construir um modelo teórico que ampare as metodologias intervencionistas, a partir da interpretação das produções subjetivas das integrantes do grupo Mulheres do Café, a fim de explicar a ação dos indivíduos no lócus de ação social e seus desdobramentos, ampliando o escopo das metodologias de cunho intervencionista.

O encontro foi finalizado com a entrega de mudas de café, cultivadas em Apucarana-PR no Brasil, simbolizando a troca de conhecimentos e experiências entre a pesquisadora e as mulheres, que vem acontecendo desde o início da pesquisa em 2019. As mulheres também receberam um pequeno mimo, uma muda de Calandivas, em agradecimento por fazerem parte desse processo e, ao mesmo tempo, em comemoração ao Dia da Mulher, ao Dia do Café e ao Dia das Mães, os quais dizem muito sobre o espaço de atuação e a rotina dessas mulheres.

Carine nos conta como foi esse processo: “Esse momento foi de muita relevância para a minha pesquisa, uma vez que nada supera estar com as pessoas. Devido a pandemia de COVID-19 os encontros que aconteceriam presencialmente, precisaram ser adaptados ao espaço virtual. Essa visita foi a maneira que encontramos para selar os laços construídos virtualmente, agradecer a participação delas, minimizar as implicações do distanciamento social nesse processo de pesquisa e avançar nas nossas reflexões.”

Para Marcio Cassandre, orientador de Carine e coordenador de nosso grupo: “A oportunidade de estar no campo da pesquisa, apesar das limitações da frequência nele, é muito importante para que a ampliação das compreensões de Carine sobre o tema de seu estudo também contribua para o fortalecimento dos vínculos entre as mulheres e na organização coletiva do trabalho que lá é desenvolvido.”

Ficamos muito felizes que, depois de muito tempo, Carine pode finalmente visitar as Mulheres do Café que é muito importante para nossa região.

Quer conhecer mais sobre as Mulheres do Café de Matão-PR? Acesse o perfil no Instagram: @mulheresdocafemataopr.